terça-feira, 3 de abril de 2012

bela descoberta

Navegando nos muitíssimos videos dispostos no Youtube, tive uma bela surpresa: encontrei um grupo vocal supimpa. São os Ahmir. Suas vozes têm feito sucesso no citado site, ocupando o primeiro lugar na categoria R&B. Fui atrás e busquei o CD The Covers Collection Vol. 2. É provavel que depois eu comente por aqui alguma coisa.

Enquanto isso, curtamos um sucesso já famoso com a Adele.



terça-feira, 17 de maio de 2011

[cantores e cantores]



Levi Nauter



Há cantores que são simplesmente cantores. Outros, porém, desfazem essa fala comum e vão mais além, apresentam nuances vocais que poucos imitam, talvez pela dificuldade, talvez por desconhecimento do artista mesmo. Isso, no entanto, contribui para uma espécie de galeria na qual estariam os diferentes, aqueles que ousam.
Parece-me o caso do músico, cantor e compositor canadense Brian Doerksen. Acho sua voz muito bonita e considero de bom gosto suas composições, bem como o repertório que ele escolhe. Ele possui algo que considero importante em autores de longa estrada, aqueles que já fazem tanto sucesso que parecem não compor mais, não querer apresentar novidade. Pois, ele é um pouco diferente. Embora nos seus trabalhos recentes haja composições antigas, elas vêm acompanhadas de interpretações novas, roupagens novas. É o caso das clássicas Come, now is the time e Hallelujah (your love is amazing) presentes em vários de seus álbuns e nas muitas participações em coletâneas e também presente em seu ótimo álbum It's time. Aqui em casa eu tenho um material bom: Faithful father (várias participações da Vineyard Music), Today, You shine, It’s time, live in Europe.
Deixo a sugestão de três dos álbuns que mais rodam aqui.



 www.briandoerksen.com

sábado, 16 de abril de 2011

música para amar

Levi Nauter

Quis muito postar comentários sobre CDs que venho curtindo. Costumo ouvir um trabalho semanal, alternando, de quando em quando, alguma música específica que esteja como que me ‘chamando’ à audição. No entanto, fiz uma exigência a mim mesmo: nada seria comentado antes do trabalho que serviu de cortina musical para os meus encontros amorosos. Pelo impacto causado a mim e a minha mulher, pareceu-me justo e cerimonioso iniciar com quem me ajudou a beijar a mulher com quem casei mais tarde. Comecei bem, com um inglês.
A seguir, pago a dívida comigo mesmo e inicio comentários de CDs ou artistas[1].

Era uma tarde de sábado, estávamos na casa de amigo. Lá nos reuníamos para tomar café da tarde, ouvir música, assistir a jogos de futebol e falarmos a respeito daquelas meninas que chamavam a nossa atenção. Mas essa tarde era diferente. Elas estavam presentes também. Eu particularmente estava eufórico. Na sala estava uma menina que me despertava; queria tanto aquela mulher. Tinha uma voz linda, uns olhos verdes que pareciam saltar aos meus olhos. Ademais, já havíamos feito até peças teatrais juntos na igreja que frequentávamos.
O papo estava ótimo. Enquanto conversávamos e riamos juntos, rolava o excelente vinil do trio Wilson Philips[2] – de 1990. Mas nada se compararia quando começasse o som daquele inglês que eu pouco sabia de sua obra. A agulha indicava o fim do trio e a hora de trocar por outro vinil.
Colocamos, então, o trabalho que mais rodava nas rádios naquele ano. Listen Without Prejudice  continha ( e ainda hoje é assim) uma apologia à liberdade. Freedom estava estourada nas rádios. E para mim George Michael tinha a voz que eu gostaria de ter. Seus arranjos vocais e seus backing vocals me fascinavam, parecia-me que não tinha aquela quase obviedade americana. E isso me parecia evidente frente ao silêncio que se fazia na casa enquanto ouvíamos They won’t go when I go.  
Mas o que eu queria mesmo era dar um beijo naquela menina. Naquele mulherão ao meu lado. Mais uma música cujos vocais arrasavam. E eu mais perto do beijo. Provavelmente porque ela cantava também fomos como que ficando apaixonados. E a nossa música de inspiração para o beijo vinha chegando.
O piano começou a tocar melancolicamente, a bateria jazzisticamente ia dando o swing e estava no ar Cowboys and angels . Que beijo! Um perfume parecia exalar pela casa. Sei lá se meu amigo beijou a menina pela qual ele estava apaixonado. Eu estava em festa.
A festa foi tão boa que estamos casados até hoje. Ainda lembro com nitidez a frase da minha moreninha ao ouvir que eu queria namorá-la: ‘não custa tentar’. Uns dezoito anos já se passaram. E outro dia passávamos num balaio promocional de CDs e vimos o tal álbum. Agora remasterizado, ainda conserva a mesma capa preta com aquela foto festiva na frente. Olhamo-nos, eu e a Lu, e sem pestanejar o adquirimos. E é um dos que mais ouvimos aqui em casa.


















NOTA
Digitado ao som do próprio CD em destaque.




[1] Às vezes o artista não tem peso e, de minha parte, merecerá comentário por alguma produção de CD e não de sua, digamos, obra.
[2] Para conhecer melhor visite o sitio http://www.wilsonphillipsmusic.com/

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

música de verdade - 1

Levi Nauter

Não há nada mais emocionante, fascinante, renovador e esperançoso do que ouvir música de verdade. A composição é feita por gente que costuma pensar e não simplesmente despejar o que bem dá na telha. E o cantor ou cantora se entrega totalmente à interpretação. Bah!!!
É o caso dessa cantora. 






domingo, 23 de maio de 2010

# 2 = crítica musical

Levi Nauter



Quando falo em crítica, não deve ser subentendido no meu texto a falácia da crítica construtiva e da negativa (ou desconstrutiva). Ou seja, não acredito nessa acepção. Crítica é crítica. Equivale dizer, então, que o ser construtivo ou negativo depende única e exclusivamente do criticado ou da criticada.
Soa-me como uma 'média' o que o crítico faz com quem ou o que vai criticar, ao dizer “quero fazer uma crítica, mas ela é construtiva”. Na minha singela opinião, o crítico sai perdendo quando dialoga assim, com medo. Minha leitura disso é a seguinte: “olha, fulano, eu queria dizer uma coisa mas não gostaria que você chorasse, tá? È pro teu bem!”. Ora, poupe-me, isso é qualquer coisa que não crítica.
Por outro lado, não se pode esquecer dos críticos deslumbrados, nem dos superficiais.  Aqueles acham tudo bom (a capa, a fonte usada no encarte, o tempo de duração da canção, ...); perdem na crítica porque têm muito apreço pelo que está sendo criticado – usa o espaço da observação apenas para tecer elogios. É inútil lê-los  pois não há nada senão consenso com o produto da crítica. Os superficiais criticam apenas aquilo de que não carece 'tempo'. Acham a foto da capa meio feia; a fonte pequena; ou consideram a canção (por vezes o disco) longa ou curta demais. Superficialidades e superfluidades.
O que é, pois, no meu entender, criticar? É, em primeiro lugar, um ato subjetivo. Vem de um sujeito. E bem nos lembra um grupo infantil1: “um sujeito que se sujeita, ainda é objeto”. Quer dizer, a crítica sempre vem, pelo menos em tese, de um indivíduo insurgente – insurgência que o torna sujeito.
Criticar é, sim, dar uma opinião pessoal. E isso não acontece com seres acríticos. Opa, chegamos noutra instância: o crítico deve ter boa cosmovisão do assunto a ser tratado. Boa nada tem a ver com seguir a maioria, senão em ter boa fundamentação. Nesse raciocínio podemos dizer que  - embora as diferentes formas de se pensar, que devem ser respeitadas – um crítico tem de ter um cabedal teórico para o 'bem' e/ou para o 'mal'.
Não se tem ideologia, cosmovisão e cultura do nada. Chega-se num lugar sempre partindo de outro. Assim se produz conhecimento, avançando (pra frente ou pra trás). Para bem entendermos um crítico haveremos de saber sobre sua cosmovisão, seus gostos, suas preferências; mas também suas fontes teóricas, seus referenciais artísticos, seu pensamento em relação ao status quo. Cabe aqui também sabermos do seu nível de leitura (o que lê, quando lê, com qual frequência o faz, para que/para quem faz...).
O crítico deve apresentar, a meu ver, pelo menos dois elementos palpáveis que o influenciaram a dizer da bondade ou ruindade de um produto. Não pode ser a subjetividade razão para tanta superficialidade crítica. É verdade que, em virtude de ser uma opinião pessoal, ele pode não ter coro no mesmo tema. Aí entra tanto o respeito como – e sobretudo – os princípios da liberdade e do bom senso.
Se eu tivesse que sintetizar crítica, diria que é a arte do convencimento.






1Palavra Cantada, liderado por Sandra Peres e Luiz Tatit. Estes são autores da maravilhosa música Gramatica. Com participação mais que especial do Wisnik, a letra, além de minuciosamente escolha de palavras, nos remete a uma reflexão bem importante. A revista Língua fez uma reportagem bem legal sobre isso. Nela há uma análise da letra que me refiro. Acesse revistalingua.uol.com.br/ObraAberta/Obra_aberta41.pdf .

sábado, 15 de maio de 2010

# 1 = música e (é) arte



Levi Nauter

Com este texto dou início a uma série de pensamentos e reflexões que intentam refletir sobre a música como uma arte abrangente. Ao mesmo tempo, e isso é inevitável, estará descortinando minha opinião sobre música, bem como meu gosto por essa arte milenar.
Absolutamente todos os trabalhos e/ou artistas a respeito dos quais falarei, o farei restringindo-me ao aspecto artístico-musical. Se eventualmente eu falar de alguma especificidade (a indumentária, a maquiagem ou aspectos afins) buscarei demonstrar o prejuízo – ou não – para o resultado final da obra (ou peça) em análise. Eu não tenho nenhum interesse pessoal com nenhum artista; não pertenço a nenhuma entidade artística, muito menos ganho algum valor econômico com meus comentários, com as minhas reflexões.
Vou dar um exemplo prático. Há um excelente compositor, bom instrumentista, que bem sabe escolher suas canções, os CDs possuem qualidade sonora. Estou falando, artisticamente, de Jorge Vercilo. No entanto, sua voz é horrível – não mescla agressividade com sensibilidade. É uníssona, apenas cumpre bem o papel. No meio evangélico, lembro-me – agora – de uma cantora chamada Eyshila. Boa distribuição de seus produtos, grande poder de penetração na mídia evangélica, boa qualidade instrumental e, pra mim, só. Penso que sua voz é mal aproveitada; há um excesso do que eu chamaria de 'dengosura', muita 'melosidade' e uma voz que me soa como insegura, sem poder agressivo (agressivo em termos musicais, entenda-se bem). Além disso, seu repertório me parece ainda mais estragadio, com rimas pobres. Com todo o respeito que eles merecem, a seus sucessos eu atribuiria muito mais à repetição midiática que ao talento ou dom (como preferem os que espiritualizam tudo).
Haverá momentos em que vou tratar assim os músicos: com bastante crítica. Alguns compositores poderão sofrer a mesma crítica, bem como os músicos instrumentistas. Sim, porque para mim existem “músicos-instrumentistas” e “músicos-vocalistas”.
Não haverá acepção de crença. Ou seja, comentarei cristão e não-cristãos. Eu sou cristão (evangélico; não pentecostal), mas a música é uma arte – não conhece religião. Em geral, os cristãos amam  cantar o próprio umbigo, algo que Cristo não faria. As músicas midiáticas do mundo gospel estão aí para provar que os fiéis buscam a elevação do moral, precisam de músicas utilitárias (noutro post melhor explico). Serei crítico ferrenho dessa coisificação de Deus.
Acontece que para o enlevo da minha fé, da minha crença, para a minha aproximação maior com/e em Deus a música é apenas um dos meios; há outros – quiçá a oração seja bem mais forte. Ademais, minha crença não pode ser abalada, por exemplo, porque ouvi os afro-sambas do Baden. Do contrário, minha fé estará mais para lá do que para cá.
Então, fica minha primeira definição do que penso sobre Deus e música. Ele se esconde em todos os lugares (salmos 139). Quando ouvimos (e não só escutamos) uma música, Deus está lá acenando-nos. Ele não depende de cantores midiáticos, nem do próprio rebanho proclamador. Deus, pelo menos O que eu sirvo, transcende a tudo e a todos.
Portanto, vejo-O tanto na música cristã quanto na dita 'música do mundo', a não cristã. É disso que tratará este blog: da arte musical. Esta, com as devidas ressalvas, está muitos e muitos anos a frente da chamada música gospel.